sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um Odvan com direção hidráulica


Quando estava no auge da carreira, Sol Campbell era um zagueiro firme, vigoroso, que se destacava pela força física e eficiência no jogo aéreo. Ou talvez um pouco mais do que isso: era o capitão do Tottenham que virou ídolo no rival Arsenal após uma transferência polêmica em 2001. E foi titular dos Gunners na campanha do título inglês invicto na temporada 2003/04, além de ter disputado as Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006, e as Euros de 1996, 2000 e 2004 e 73 partidas com o English Team

Em 2006, Campbell mudou-se para o Portsmouth, já sem o mesmo ímpeto que o caracterizava anteriormente. E ao acertar com o modesto Notts County, da terceira divisão inglesa, indicava que iria encerrar a carreira. Mas que surge o convite do Arsenal, que passa por uma permanente crise de lesões desde o início da temporada. E lá estava o zagueirão de volta, para acrescentar experiência ao grupo e ajudar na campanha da Liga dos Campeões.

O tiro, no entanto, saiu pela culatra. Campbell fez o gol de empate dos Gunners, mas falhou bizarramente no segundo gol do Porto, que venceu por 2 a 1, ao recuar desnecessariamente uma bola para o outro trapalhão do jogo, Łukasz Fabiański, pegar com as mãos. Além disso, ele tomou um humilhante chapéu do brasileiro Hulk e mostrou insegurança durante toda a partida, deixando torcedores e companheiros receosos em relação ao futuro.

Mesmo que o Arsenal vença o jogo de volta e siga adiante na Liga dos Campeões, ficou a impressão de que não há mais lugar para Sol Campbell, o maior zagueiro-zagueiro da década de 90 – uma espécie de Odvan com direção hidráulica -, no primeiro escalão futebolístico. Mas o futebol, cretino e imprevisível como é, poderá transformá-lo novamente em herói na próxima partida, ou mesmo no final da temporada.

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