segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A hora do sumiço


Dodô tem a carreira marcada por golaços e sumiços, e isso não é novidade para quem acompanha futebol há pelo menos 15 anos. No início da Taça Guanabara, empolgou os vascaínos com três belíssimos gols no 6 a 0 contra o Botafogo e mais três na vitória sobre o Friburguense, na rodada seguinte. E depois, como de costume, sumiu, se apequenou diante da marcação dos zagueiros e só foi às redes novamente na vitória por 1 a 0 contra o Resende.

O futebol dele desapareceu repentinamente, como em várias outras ocasiões da carreira. A exibição decepcionante contra o Fluminense já indicava isso, e neste domingo, Dodô provou que não mudou e continua sendo um jogador com o qual não se pode contar nas decisões. Afinal, em 15 anos como profissional, conquistou apenas dois títulos: o Campeonato Paulista de 1998, pelo São Paulo, e o Campeonato Carioca de 2006, pelo Botafogo. A pouca eficiência, porém, é mascarada pelos gols bonitos.

Além de não ser confiável, ele talvez não seja mais tecnicamente útil ao time. Recentemente, lendo o livro A história dos Grenais”, constatei que o Internacional da década de 70 foi montado da seguinte maneira: entre força, técnica e velocidade, o jogador precisava ter pelo menos duas dessas características para figurar na equipe. Trazendo para o cenário vascaíno, o Dodô de hoje é apenas técnico e não oferece possibilidades em jogadas de profundidade ou cruzamentos para a área.

Ao Botafogo, resta comemorar uma vitória merecida e iniciar a preparação para a final do campeonato. O time fez o que se propôs a fazer e se vingou de seu grande algoz com muita propriedade e alguma sorte. Méritos para Joel Santana, sacaneado pelo país inteiro nos últimos tempos, mas que, mais uma vez, provou ser competente e vencedor. E ao massacrado Fahel, que esteve impecável no papel de terceiro zagueiro e jamais será reconhecido por isso.

P.S: O livro “A história dos Grenais” é de autoria de David Coimbra, Nico Noronha, Mário Marcos de Souza e Carlos André Moreira. E conta os 100 primeiros anos da rivalidade entre os dois gigantes gaúchos. Vale a pena conferir.

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