sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A agilidade emocional do Gladiador


Jogar contra o Real Potosi fora da altitude e por uma competição importante é o remédio para qualquer crise, e o Cruzeiro mostrou isso nesta quarta-feira. A goleada por 7 a 0, além de levantar a auto-estima da equipe e impressionar os adversários, serviu fundamentalmente para selar a paz momentânea – ou definitiva – de Kléber com a torcida e abafar um pouco a agilidade emocional demonstrada pelo Gladiador nos últimos tempos.

O futebol é realmente o cenário perfeito para repentinas mudanças de postura e opinião, e Kléber é um bom exemplo. Outro dia, reclamava da torcida, dizia que não era tratado com carinho pelos cruzeirenses, e foi buscar esse apoio sentimental na festa da Mancha Verde. Agora, afirma que sempre sonhou com um contrato longo que lhe dê a possibilidade de ser ídolo, algo que nunca teve na carreira. Afinal de contas, jogar por cinco anos na Ucrânia não transforma ninguém em superstar.

A cartilha do bom jornalismo sempre diz que, entre ser ingênuo e leviano, é prudente – muitas vezes necessário – escolher a primeira opção. Sendo assim, vamos todos acreditar que o fato de Radamel Falcao viver uma grande fase no Porto e ser bem acompanhado pelo brasileiro Hulk não teve influência nenhuma na decisão de Kléber em não assinar com os Dragões. Ele voltou porque “o Brasil é lindo, o povo mineiro é lindo, a Pampulha é linda e a Máfia Azul é linda e o ama”.

Os cruzeirenses, que já começavam a se acostumar com a perda de seu principal matador, podem ficar felizes. Afinal de contas, a força e a técnica de Kléber serão fundamentais já na primeira fase da Copa Libertadores, onde o clube enfrenta um grupo difícil. Mas é bom ter sempre um pé atrás.

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